Green Sea Turtle
Essa espécie destaca-se pela intensa presença de indivíduos juvenis no litoral do ES, inclusive na Região Metropolitana da Grande Vitória. Basta observar por alguns minutos quaisquer águas abrigadas na baía de Vitória para testemunhar essas tartarugas vindo à tona respirar. Na saída do efluente final de uma indústria na capital do ES, concentram-se milhares de tartarugas-verde juvenis, atraídas possivelmente pela água que é devolvida ao ambiente um pouco mais quente que a água do mar (Fontes: 1, 2, 3 e 4). Por isso mesmo, é a espécie mais recebida pelo IPRAM para atendimento, devido a doenças naturais, colisão com embarcações, aprisionamento em redes de pesca, ingestão de lixo ou anzol de pesca, dentre diversas outras causas.
Conforme cresce, essa espécie muda seus hábitos alimentares: de onívora torna-se totalmente herbívora, alimentando-se exclusivamente de algas. Quando tornam-se adultos, não costumam realizar suas atividades reprodutivas no continente, mas nas ilhas oceânicas ao longo da costa brasileira, como Fernando de Noronha, Atol das Rocas e Ilha da Trindade.
Como identificar
Possuem quatro escudos costais (placas laterais). Os filhotes são escuros no dorso e brancos no ventre. Os juvenis podem apresentar variadas cores e tonalidades, mas a cabeça sempre apresenta apenas dois escudos prefrontais, e o bico é arredondado. Isso ajuda a diferenciar de juvenis de outras espécies.
Exemplos de variação de cor em tartarugas-verde juvenis
Hawksbill Sea Turtle
Encontrada normalmente em águas de baixa profundidade e em recifes de corais. O Espírito Santo não é a principal área de desova (Fonte: TAMAR), mas indivíduos jovens podem ser encontrados no litoral capixaba, se alimentando.
Como identificar
Possuem quatro escudos costais (placas laterais), mas os juvenis são completamente escuros. Ao crescerem, os escudos da carapaça se sobrepõem, ou seja, tornam-se "imbricados". A cabeça apresenta quatro escudos prefrontais. O bico torna-se pontudo, lembrando o bico de uma ave.
Loggerhead Sea Turtle
Como o próprio nome sugere, quando comparada às outras espécies, a tartaruga cabeçuda apresenta um crânio maior proporcionalmente ao corpo. O Espírito Santo abriga um dos principais sítios de desova da espécie no Brasil. Os filhotes e juvenis vivem em alto-mar; os adultos em áreas de alimentação situadas a profundidades entre 25 e 50m (Fonte: TAMAR). Por esse motivo, é mais comum que o IPRAM receba para atendimento animais adultos ou subadultos da espécie.
Como identificar
Os filhotes são completamente escuros, muito semelhantes aos filhotes das outras espécies. A melhor forma de identificá-los é contando os escudos costais (placas laterais): a Tartaruga-cabeçuda possui 5, enquanto que as tartarugas verde e de pente possuem 4 e a tartaruga-oliva 6 ou mais. Nos juvenis e adultos, a cabeça é grande e inconfundível.
Ridley Sea Turtle
O Espírito Santo não é a principal área de desova (Fonte: TAMAR), e dificilmente o IPRAM recebe representantes dessa espécie.
Como identificar
Os filhotes são completamente escuros, muito semelhantes aos filhotes das outras espécies. A melhor forma de identificá-los é contando os escudos costais (placas laterais): a Tartaruga-oliva apresenta 6 ou mais. A coloração dos juvenis e adultos é acinzentada.
Leatherback Sea Turtle
Inconfundível, essa espécie apresenta um fino tegumento cobrindo a carapaça e milhares de pequenas placas ósseas, formando sete quilhas longitudinais, e por isso é conhecida como "tartaruga-de-couro". Além disso, a sua cor escura com manchas pálidas é muito característica. Criticamente ameaçada de extinção, é a maior de todas as tartarugas marinhas, e o principal sítio reprodutivo no Brasil está localizado no litoral norte do Espírito Santo.
Recomendamos consultar o livro The Anatomy of Sea Turtles (Wyneken 2001) para aprofundar os conhecimentos sobre as diferenças entre as espécies de tartarugas marinhas.
Adaptado de Wyneken 2001