Janeiro 2017 - Elefante Marinho retorna à Grande Vitória


No dia 31 de dezembro de 2016 o elefante-marinho conhecido pela população como "Fred" retornou à região metropolitana da Grande Vitória, frequentando uma praia no município da Serra. O Ipram manteve monitores se revezando em escala orientando aos banhistas que ficassem atentos a medidas de segurança. Solicitamos que banhistas respeitassem o repouso do animal, que estava mais magro que o habitual, com cracas no corpo e ferimentos diversos pelo corpo. Nos dois primeiros dias ocorreram graves incidentes com banhistas que se aproximavam demais. Posteriormente, os banhistas entenderam e passaram a respeitar o repouso do animal, tirando um ou outro inconveniente. A maior parte dos ferimentos foi causada por mordidas dos pequenos tubarões-charuto, que de forma semelhante a uma serra-copo, arrancam pedaços cilíndricos de carne e fogem, deixando suas vítimas com pequenas cicatrizes redondas. É comum que animais grandes como cetáceos e pinípedes sofram esse tipo de ferimento em águas oceânicas. Porém, detectamos também um ferimento grave com exposição de musculatura na lateral esquerda do elefante marinho. O músculo exposto atua como porta de entrada para infecções bacterianas, e por isso eventualmente realizamos a aplicação de unguentos cicatrizantes e repelentes para proteger a ferida. Apesar de tudo, o animal estava forte, se locomovia pela praia, entrava e saía da água quando queria e precisava apenas de repouso. Em 07/01, após oito dias de estadia, o elefante marinho foi para o mar durante o amanhecer e desapareceu. Agradecemos à Polícia Militar Ambiental pelo apoio quando necessário, à Fiscalização de Meio Ambiente e ao corpo de Guarda Vidas do município da Serra; e a todos os demais colaboradores. Durante a virada do ano e na madrugada do dia primeiro de janeiro de 2017, o elefante marinho foi monitorado por representantes do Instituto Sea Shepherd Brasil, Núcleo ES, que também manteve pessoas vigiando o animal no período noturno. A organização local IBRAFF também prestou um valioso apoio logístico, intermediando o relacionamento com a polícia. Durante nosso monitoramento repassamos constantemente informações a representantes do IBAMA e do IEMA. O IPRAM está autorizado pelo ICMBio (autorização SISBIO 34510) para realizar resgate, atendimento veterinário, reabilitação, necropsia e a fazer coleta e transporte de amostras biológicas de mamíferos marinhos como o "Fred". 








Telefones Úteis
(ddd 27)
Projeto de Monitoramento de Praias da Petrobras 0800-039-5005
Polícia Militar Ambiental 3636-1650
Ipram 99865-6975 / 3286-0135
Ibraff 99994-9438


Imagens de Jeane Santos durante o monitoramento ao elefante marinho:


Momento em que as biólogas do Ipram, Renata Bhering e Melila Ferreira se aproximam cuidadosamente do elefante marinho para aplicação das pomadas prescritas para o tratamento do animal. 


Registro de uma rã subindo no dorso do elefante marinho!



Momento desagradável em que um banhista desrespeita o perímetro de segurança, perturbando o elefante marinho. É importante lembrarmos que na Lei Nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, conhecida como Lei de Crimes Ambientais, é proibido pelo Artigo 29: Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente [...] Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa. Embora o Ipram trabalhe com a conscientização ambiental das pessoas, isso não impede que denúncias sejam realizadas por terceiros.