Um dos pinguins-de-magalhães reabilitados no Espírito Santo, solto em alto mar no litoral capixaba pelo Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (IPRAM) no dia 04 de outubro de 2012, foi encontrado 34 dias depois (17 de novembro), na Praia de La Coronilla, no Uruguai.
O animal não sobreviveu à viagem de volta à Patagônia e a anilha metálica que o identificava foi enviada ao Centro de Recuperação de Animais Marinhos da Fundação Universidade do Rio Grande – CRAM-FURG, onde foi constatada sua origem.
Apesar da ave não ter resistido, a notícia foi recebida com entusiasmo pelos profissionais e pesquisadores envolvidos, por ser uma resposta positiva sobre as solturas realizadas no Espírito Santo.
“É um indicativo de que nosso trabalho está dando certo, que os animais estão sendo bem sucedidos em seu retorno ao Sul do Oceano Atlântico. Sugere que vale a pena realizar a reabilitação e a soltura no Espírito Santo”, afirma o veterinário do IPRAM, Luis Felipe Mayorga.
Especialistas não esperavam receber retorno em tão pouco tempo a respeito dos pinguins soltos no Espírito Santo. Ao todo, 185 aves já foram colocadas em liberdade no litoral capixaba – 22 em 2011 e 163 em 2012. Os pinguins reabilitados em 2012 foram recolhidos nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro, e atendidos dentro do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). O reforço na estrutura de reabilitação e soltura de aves marinhas foi uma exigência de um processo de licenciamento ambiental conduzido pelo IBAMA, e o atendimento contou com o apoio do International Fund for Animal Welfare (IFAW).
Antes de serem soltos, os pinguins passaram por testes hematológicos, de impermeabilidade de penas e detecção de doenças, e só então foram considerados aptos ou não para a devolução à vida livre. O pinguim encontrado no Uruguai foi solto com um grupo de outras 68 aves. No mar, possivelmente enfrentou manchas de óleo, redes de pesca, predadores naturais, escassez de peixes, tempestades e lixo lançado pelo ser humano. Por alguma razão desconhecida, morreu no Uruguai e foi encontrado na praia, gerando informações que beneficiarão os esforços de conservação de muitos outros pinguins no futuro.
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O IPRAM destaca a indispensável participação das empresas Perenco Petróleo e Gás do Brasil Ltda e a operadora de mergulho científico Windive Atividades Sub, responsável pela operação de soltura.
Suposto trajeto percorrido pelo pingüim-de-magalhães, cuja anilha foi encontrada na praia de La Coronilla, Uruguai, no dia 17/11/2012. Fonte: Google Earth, 2012. |